Seja Pixar na vida

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Eu tenho e lido com pessoas com depressão. E se você quer ajuda para, enquanto familiar, a lidar com alguém em depressão na sua vida, eu diria que

a depressão é uma criança que se distrai.

Imagine que uma pessoa em depressão está afundada. Em silêncio. No vazio, com suas vozes. Uma coisa é dar bom dia, outra é pintar dois olhinhos na sua mão, fechar, fazer uma boquinha e dar bom dia pra essa pessoa, com um fantoche de mão.

Deprimidos precisam da curiosidade, do lúdico, precisamos falar com as crianças dentro deles.

Um deprimido é uma criança que está calada. E quando você usa cores, sorriso, e é criativo, é bem possível que ele te veja. E te olhe perguntando como você conseguiu enxergá-lo. Somos todos crianças precisando de alguém que fale conosco de forma gentil.

A Pixar sabe disso. A Pixar faz filmes para pessoas com depressão. “Divertidamente” é isso, inclusive, a heróina do filme é a tristeza. O herói de UP é o vovô, viúvo.

E herói, na Pixar, não é quem vence, é quem tenta.

É uma luta diária, mas não veja como uma dor. Pense que você é um roteirista, e a sua casa, um cenário da Pixar. Vamos cuidar do deprimido, e se possível, rir com ele. Mas não desista.

Nesse setembro, falar da depressão, antes de tudo.

Escritor e ativista social, nascido em Madureira, Rio de Janeiro. Em 2016 lançou Rio em Shamas, indicado ao Jabuti de 2017, pela Editora Objetiva. Foi roteirista na Rede Globo e Multishow/A Fábrica, colunista da Folha de São Paulo e Metrópoles.

somos a primeira voz
que você ouve pela manhã.
a última com você na cama.

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