LISBOA

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Foto: Pixabay

LISBOA – O governo português reabriu as fronteiras para brasileiros neste primeiro de setembro.

Assim, turistas podem vir ao país, nas normas vigentes de antes da pandemia, ou seja: não é necessário visto prévio para brasileiros entrarem em território português, entretanto, é exigido o exame PCR e o certificado de vacinação.

A notícia está sendo dada pela imprensa nesta manhã e ao que tudo indica, a Coronavac é aceita. A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantã também é aceita na França, Itália e Alemanha.

O brasileiro com passaporte válido pode, agora, entrar em Portugal por até 90 dias, sob garantia de lei, se veio a turismo. Na pandemia, eram proibidas as viagens a turismo, e só podiam entrar brasileiros com residência no país, ou para tratar de assuntos de trabalho, ou reagrupamento familiar. Agora, estão abertas as fronteiras.

O que isso significa?

Na prática, a chegada de uma nova leva de brasileiros em busca de trabalho. No ano de 2020, mais de 80 mil brasileiros deixaram Portugal, alguns foram em viagens humanitárias para o Brasil, pois na crise, ficaram sem empregos e muitos dormiram nas ruas, e no aeroporto para conseguir voltar. Uma tragédia, num país de economia fraca.

Mesmo assim, muitos brasileiros me perguntam sobre a possibilidade de viver aqui. Eu escrevo sobre xenofobia e toda a realidade limitada do país. No entanto, se você por na balança, o Brasil de 2022 e uma vida apertada em Portugal, mas com um governo democrata e governado pelo Partido Socialista, eu diria que se você pode sair, se está resolvido com isso, faça.

Porque perrengue por perrengue, você é quem sabe.

Há uma outra lei a ser votada, que permitirá que todos os países de língua portuguesa tenham visto especial de permanência em Portugal, visando suprir o mercado de trabalho, e trazer investidores brasileiros e angolanos.

E em Portugal, você pode tirar o Citizen Card, sem ser europeu, graças ao Tratado de Porto Seguro.

Eu deixei o Brasil sem saber o que seria. Vivo, com o dinheiro que ganho no Brasil. Em Portugal, trabalhei em bar e café, e não foi fácil. Eu não deslumbro e não incentivo. Mas muitos queriam saber, e aí está.

Atualizado: 10:33 PT

Escritor e ativista social, nascido em Madureira, Rio de Janeiro. Em 2016 lançou Rio em Shamas, indicado ao Jabuti de 2017, pela Editora Objetiva. Foi roteirista na Rede Globo e Multishow/A Fábrica, colunista da Folha de São Paulo e Metrópoles.

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